sábado, 4 de outubro de 2014

Psicogênese da Língua Escrita

Numa época onde muitos olhares estão voltados à alfabetização e o uso social da mesma (letramento), nós professores nos sentimos inseguros quanto nossas práticas. Teóricos atuais apontam novas vertentes e metodologias que fazem com que as nossas parecem pobres e descontextualizadas. Para desmistificar com essa história iremos citar alguns trechos e dicas dos livros que vieram pelo FNDE deste ano.
O primeiro que estamos lendo é Práticas Pedagógicas em Alfabetização: espaço, tempo e corporeidade que contém uma base teórica explicando as novas práticas que tem fundamento sócio-construtivista e que pressupõe uma alfabetização letrada. Sabemos que hoje não estamos mais só alfabetizando temos mostrado aos alunos que todo esse aprendizado é para que eles possam exercer seus papéis e funções sociais além do muro da escola. Por isso torna-se imprescindível o conhecimento sobre os diversos gêneros textuais que circulam em nosso entorno.
As autoras do livro abordam que fazendo uma análise dos materiais da Psicogênese da Escrita de Emília Ferrero e Ana Teberosky perceberam que os níveis que utilizamos para determinar a hipótese de escrita das crianças foi descrito pelas pesquisadoras não pelos nomes que conhecemos (Pressilábico, Silábico sem valor, Silábico com valor, Silábico alfabético e Alfabético), mas sim por níveis que vão do 1 ao 5
Nível 1
Este nível que corresponderia ao Pressilábico consiste em:
 - reprodução  de traços típicos da escrita, com linhas e formas semelhantes aos ennes da letra cursiva
 - pode não distinguir desenho e escrita
 - correspondência figurativa entre o tamanho do objeto e tamanho da palavra. (Piccoli e Camini, 2012. página 30)

Nível 2
 - quantidade mínima de caracteres para a escrita
 - objetos diferentes usam caracteres diferentes
 - caracteres com formas próximas as letras
 - pode utilizar das letras do nome
 - leitura realizada de forma global. (Piccoli e Camini, 2012. página 31)

Nível 3
 - aparecimento da hipótese silábica, tentativa de atribuir valor sonoro a cada sílaba das palavras
 - relação escrita e fala
 - marca de escrita independente de haver valor sonoro. (Piccoli e Camini, 2012. página 32)

Nível 4
 - passagem da hipótese silábica para a alfabética
 - exigência de uma quantidade mínima de caracteres. (Piccoli e Camini, 2012. página 33)

Nível 5
 - análise fonética onde a escrita é produzida com hipóteses alfabéticas

Após o domínio desse nível o foco da criança passa a ser aspectos da escrita como ortografia e segmentação.(Piccoli e Camini, 2012. página 34)

Os níveis não diferem muito da proposta que já trabalhamos mas o que é mais importante agora é entender as práticas para fixar o nível e gerar um conflito para que a criança possa avançar em suas hipóteses.

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